“Para certos políticos brasileiros, a vida pública é a continuação da privada.”
Aparício Torelly, o Barão de Itararé
Assim como bairros, ruas e cidades, certas pessoas também deveriam passar por um processo de saneamento básico. E não me refiro apenas àquelas que se despojam dos próprios dejetos em público, sejam eles líquidos ou sólidos, sejam elas pobres, ricas ou remediadas. Falo desses indivíduos de moral enviesada, que habitam e representam instituições falidas. Indivíduos cujo esgoto é lançado em forma de discursos e argumentos construídos sobre o terreno arenoso das platitudes e do cinismo. Nessa República do 171, senadores se irmanam para manter abertamente seus achaques, enquanto o presidente da República, cada vez mais adepto do compadrio, da passividade e dos panos quentes a qualquer custo, macula a própria biografia – já um tanto esmaecida pelo mau uso – ao abraçar e defender publicamente dois dos políticos mais torpes da nossa história recente.
Dirão que fazer política é isso mesmo, é sujar as mãos. Mas não seria o caso de se optar por fazer o oposto, até por uma medida de higiene em tempos de gripe suína? De simplesmente dizer: “Com essa laia eu não me misturo”? Não. Todos os gatos são pardos nessa Brasília que se tornou um vaso sanitário de grandes proporções com a descarga quebrada. Quem resta? Ou melhor, o que resta? O voto nulo? O ceticismo absoluto? O despudor e a apatia? Já cheguei a achar que os políticos eram o espelho da sociedade. Mas não, a sociedade é que é o espelho dos políticos. Se assistimos todos os dias a esses caras comendo nossa marmita, por que faríamos diferente? Vamos nos locupletar e dane-se o resto (no caso, o andar de baixo, que não tem como se locupletar). É um raciocínio simplório, mas compreendo quem pensa assim. O que fica cada vez mais claro nisso tudo é que é o Brasil quem precisa de saneamento básico. Um saneamento completo e eficiente, capaz de extinguir o esgoto a céu aberto através de tubulações sólidas e firmes, por onde possam passar urina, fezes, deputados, senadores e outras modalidades de excrementos.
Aparício Torelly, o Barão de Itararé
Assim como bairros, ruas e cidades, certas pessoas também deveriam passar por um processo de saneamento básico. E não me refiro apenas àquelas que se despojam dos próprios dejetos em público, sejam eles líquidos ou sólidos, sejam elas pobres, ricas ou remediadas. Falo desses indivíduos de moral enviesada, que habitam e representam instituições falidas. Indivíduos cujo esgoto é lançado em forma de discursos e argumentos construídos sobre o terreno arenoso das platitudes e do cinismo. Nessa República do 171, senadores se irmanam para manter abertamente seus achaques, enquanto o presidente da República, cada vez mais adepto do compadrio, da passividade e dos panos quentes a qualquer custo, macula a própria biografia – já um tanto esmaecida pelo mau uso – ao abraçar e defender publicamente dois dos políticos mais torpes da nossa história recente.
Dirão que fazer política é isso mesmo, é sujar as mãos. Mas não seria o caso de se optar por fazer o oposto, até por uma medida de higiene em tempos de gripe suína? De simplesmente dizer: “Com essa laia eu não me misturo”? Não. Todos os gatos são pardos nessa Brasília que se tornou um vaso sanitário de grandes proporções com a descarga quebrada. Quem resta? Ou melhor, o que resta? O voto nulo? O ceticismo absoluto? O despudor e a apatia? Já cheguei a achar que os políticos eram o espelho da sociedade. Mas não, a sociedade é que é o espelho dos políticos. Se assistimos todos os dias a esses caras comendo nossa marmita, por que faríamos diferente? Vamos nos locupletar e dane-se o resto (no caso, o andar de baixo, que não tem como se locupletar). É um raciocínio simplório, mas compreendo quem pensa assim. O que fica cada vez mais claro nisso tudo é que é o Brasil quem precisa de saneamento básico. Um saneamento completo e eficiente, capaz de extinguir o esgoto a céu aberto através de tubulações sólidas e firmes, por onde possam passar urina, fezes, deputados, senadores e outras modalidades de excrementos.
2 comentários:
Lula agora resolveu dar uma rádio para a família Renan Calheiros. Eles todos realmente acreditam que podem e devem fazer o que quiserem. Uma frase de Nixon, que está no filme "Frost/Nixon", quando questionado sobre as ilegalidades do seu governo, resume: "Não é ilegal quando o presidente faz". Ou seja, todos acreditam na mesma coisa, não é ilegal quando senadores, deputados, ministros, presidente, governadores, prefeitos e toda raça eleita resolvem fazer. Nixon pelo menos teve a coragem de pedir desculpas em público, ainda que tempos depois. No Brasil, eles são inocentados por nós. Como pedido de desculpas, nós os reelegemos.
O que me espanta em tudo isso é como hoje as coisas são feitas às claras. Você achaca, rouba, corrompe e diz que fez tudo isso mesmo, e a opinião pública que se dane. No máximo, um discurso de pretensa indignação recheado de desculpas esfarrapadas, como aqueles de Sarney e eles estão prontos para outra. Vivemos uma era de cinismo sem precedentes.
p.s. - Quero muito ver Frost/Nixon, quase peguei semana passada para assistir.
abraços, meu velho
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