domingo, 28 de dezembro de 2008

Estorvos

Não existem santos na guerra santa entre judeus e palestinos, que em seu mais recente capítulo, nos últimos dias, acaba de tirar a vida de 200 civis. Sim, 200 civis. Está claro que a vida humana vale menos que um computador obsoleto neste início de século, mas cada nação é dona do seu próprio estorvo. Os mesmos judeus que hoje assassinam palestinos há 60 anos morriam nas mãos dos alemães, por sua vez dizimados em Dresden pelas tropas aliadas (num bombardeio descrito como “tempestade de fogo” por quem o presenciou). Os espanhóis que promoveram a extinção dos incas, maias, astecas e de si próprios (durante a Guerra Civil Espanhola) tornaram-se, na nova geopolítica da barbárie, vítimas de árabes insanos, que por sua vez sofreram aniquilamento sistemático dos norte-americanos, por sua vez atacados sem qualquer justificativa pelos mesmos árabes insanos. E por aí vai. A trajetória do homem na Terra é, basicamente, uma trajetória de extermínio, e todos os povos têm sua parcela de responsabilidade sobre o sangue derramado no decorrer dos milênios. Infelizmente, nem nossa geração nem as próximas vão assistir à estiagem desse sangue.

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