sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Quando a gente se chama saudade
Outro dia li uma matéria que falava dos 40 anos da morte de um dramaturgo – ou foi de um escritor? - e fiquei matutando: daqui a 40 anos, quem se lembrará de meu pai? Se estiver vivo, terei mais de 78 anos. Minha filha, hoje com 8, terá na memória apenas um borrão do avô que gostava tanto dela, se é que esse borrão permanecerá pelas próximas décadas. Então só eu vou lembrar devidamente do homem com quem conversava entusiasmado sobre os gols de Romário, vibrava com o Mengão, bebia vinho, ouvia música clássica e comia fatias de copa maturada. Aquele homem ao lado de quem adorava ficar em silêncio, de preferência em frente a uma paisagem bonita. Ele permanece aqui, como se não tivesse sido aniquilado antes da hora por um câncer no cérebro. Penso nele todos os dias. Vou pensar todos os dias. Até a hora em que eu parar de pensar, e alguém começar a pensar em mim.
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4 comentários:
é isso, meu bem. é para sempre. eu te disse isso várias vezes.
beijo,
d.
Um forte suspiro.
Ainda bem que, como Quintana, vc aprendeu a vir à tona...
E, sim, esta é a vida verdadeira.
Abraços,
Antonia
Paulao, estou sem palavras pra comentar esse texto. Entao, só posso agradecer por trazer mais lembranças de meu pai. Um abraço.
TAMBÉM NUNCA ME ESQUECI DE "DADDYS",LENDO SEU TEXTO SENTI A PRESENÇA DELE AQUI,JUNTO DE MIM...
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