segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Prezados parcos leitores

Darei um tempo nas palavras para me dedicar ao consumo de vinhos, passeios e descobertas em solo chileno. Espero estar de volta logo após o ano-novo. Um bom final de ano para todos e, como diria o velho e alquebrado Exterminador do Futuro, hasta la vista, baby.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Escalada


A persistência dos alpinistas sempre me intrigou. O que leva um sujeito a se dependurar durante dias montanha acima para chegar ao topo, e só então se deixar impregnar do prazer efêmero de descortinar o mundo como um rei anônimo? Praticar alpinismo é flertar o tempo todo com os próprios limites, e superá-los a cada dia. É saber que existe uma redenção aguardando os mais perseverantes ao final da jornada, e que é necessário sofrer bastante no caminho para que essa redenção seja ainda mais valorizada.

A leitura de determinados livros guarda estreita semelhança com o ato de subir uma montanha. Somos o tempo inteiro instigados por nosso corpo – no caso, a nossa mente – a desistir de tudo aquilo e voltar para o conforto de um Hemingway ou de um García Márquez, onde nos sentimos em casa. Em alguns casos, acabamos desistindo no primeiro terço ou na primeira metade, e olhamos com desalento o trecho intransponível das páginas restantes. Já me vi, por motivos diversos, desistindo de encarar o topo de um Everest literário. Não consegui, por exemplo, ir além da página 276 de Auto-de-Fé, a obra maior de Elias Canetti, mesmo acreditando que uma paisagem esplendorosa me esperaria no ponto final, lá pela página 614. Simplesmente cansei de acompanhar as desventuras do misantropo Peter Kien e sua relação com a governanta abjeta. Seguir adiante seria como insistir na subida do Aconcágua mesmo sabendo que os dedos do pé ficariam necrosados ou que o coração não suportaria tamanho esforço. O mesmo aconteceu com Palmeiras Selvagens, de Faulkner, Ulisses, de Joyce, e Morte a Crédito, de Céline, para ficar apenas com as montanhas de alto grau de dificuldade.

Por outro lado, consegui transpor esta semana um verdadeiro K2 (a segunda maior montanha do mundo e a mais perigosa de todas elas). É provável que existam livros mais penosos de superar do que Moby Dick – e O Som e a Fúria está aí para comprovar –, mas há muito tempo não sentia tanta dificuldade em terminar um romance como no caso da obra máxima de Herman Melville. Após um início promissor o livro empacou, como uma caravela num mar sem vento, muito em função das digressões do autor sobre detalhes anatômicos dos cachalotes, baleias verdadeiras e outros leviatãs, que ocupavam páginas e mais páginas, exigindo uma leitura disciplinada e em muitos momentos exaustiva. Até que em dado momento optei por pular as passagens que não levavam a nada, acredito, para me concentrar na verdadeira história. Foi então que, passadas as 400 primeiras páginas – nas quais padeci de sensações semelhantes à vertigem no ar rarefeito – me vi diante do topo do mundo nas cem últimas páginas.

Cem páginas de um embate de contornos bíblicos entre o homem e a natureza selvagem, feroz e libertadora, representada pelo cachalote branco. Ahab e Moby Dick se irmanam numa fúria mútua cega e destrutiva. Não sei se carregam um carma demoníaco, uma maldade intrínseca à qual são incapazes de resistir. É provável que não. Pelas pistas deixadas por Melville ao longo do livro, ambos são apenas títeres nas mãos de um ser supremo, e promovem nas águas do Oceano Pacífico a encenação de uma tragédia escrita no princípio do mundo. Daí o acento fatalista que acompanha a obsessiva jornada do Pequod rumo à própria destruição, como se outro destino fosse impensável. Como dirá o autor ao final do livro: “A grande mortalha das águas continuou a ondular, como já ondulava cinco mil anos antes”. Por tudo isso, seria um reducionismo dizer que Ahab representa a insanidade que habita as sombras de cada ser humano. Seu ódio está a serviço de algo muito maior, que ele não consegue apreender. Uma mão invisível que o empurra na direção da baleia, por mais que intimamente saiba que deve fugir dela. “Oh, morte solitária em vida solitária! Oh, agora eu sinto que minha mais alta grandeza jaz em minha mais alta mágoa”.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Acalanto


Ouvir Carla Bruni provoca em mim sensações distintas, que vão da ternura ao desalento. Sua voz, como seu rosto, mais oculta do que revela, como a quietude que precede o ataque fatal de um cachalote. Carla canta como se acalentasse uma criança. Gostaria de falar francês para compreender as frases que ela sopra em nossos ouvidos para nos fazer dormir. Mas está claro, pelo tom da sua voz, que existe muita tristeza se esquivando por trás da aparente doçura de canções como Le Ciel dans une Chambre (tão linda que faz a gente chorar por dentro), Tout Le Monde, La Noyée e Chanson Triste (como o nome já sugere). Todas do álbum Quelqu’un M’a dit, o melhor dos seus três discos, embora o outro trabalho em francês, Comme Si de Rien N’Etait, também possua seus pequenos diamantes. Só não gostei do disco em inglês, No Promisses, que me faz lembrar uma Joni Mitchell menos inspirada.

Ouço sua voz agora e penso nela. Na sua trajetória que conheço superficialmente, de modelo de sucesso a primeira-dama da França, esposa de uma figura controversa como Nicolas Sarkozy, com passagens pelos tablóides de fofocas por conta de fotos em que aparece nua e casos com Mick Jagger e Donald Trump. O que isso importa? Ao cantar, Carla Bruni parece dissipar tudo a sua volta. Fica apenas o cálido acalanto, que nos enleva e nos faz querer ouvi-lo até o mergulho tranqüilo na inconsciência.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sobre heróis e reminiscências 2


Nos últimos dois ou três meses minha atenção teve um só objeto, como a obsessão de um esquizofrênico. Lia, trabalhava, assistia a um filme, mas invariavelmente um sopro de angústia teimava em se fazer presente, a recordar que meu time, aquele que veste vermelho e preto e movimenta 39 milhões de pessoas no país inteiro, podia chegar lá, à medida que ia pondo por terra seus adversários um a um. Uma compulsão meio tola, dirão alguns, ou um gasto desnecessário de energia, na opinião de outros. Talvez porque não entendam que, aos 39 anos, eu ainda conserve a derradeira chama do garotinho de 10 que viu seu time ser campeão brasileiro pela primeira vez – a primeira de um total de seis conquistas – ao vencer o Atlético Mineiro por 3 a 2 num Maracanã abarrotado.

No último domingo, o garotinho voltou a aparecer, e confesso que por um breve momento ele chorou dentro de mim. E eu chorei com ele. Porque não tinha mais meu pai para abraçar, como tive nas cinco conquistas anteriores. E porque tinha agora minha filha ao meu lado assistindo comigo, também ela ansiosa, à nossa última batalha, vencida com dificuldade por 2 a 1 contra o Grêmio, adversário tradicionalmente traiçoeiro. De virada, com um gol heróico de um zagueiro cearense, de origem pobre e índole rara, chamado Ronaldo Angelim. Voltamos a ser campeões nacionais, enfim, 17 anos depois. Voltamos ao topo.

Quando o Flamengo conquistou seu último título brasileiro, eu tinha 22 anos e estava em Porto Seguro, a primeira das muitas escalas que me levariam ao sul do Brasil, numa viagem marcada pela solidão e a ausência de rumo. Liguei para meu pai e ele já tinha saído, mas na verdade tínhamos conquistado a taça na partida anterior, quando derrotamos o Botafogo por 3 a 0, e aquele segundo jogo era quase uma formalidade, desde que jogássemos com tranqüilidade e não deixássemos a vantagem se evaporar. Também lembro nitidamente da terceira conquista, um 3 a 0 sobre o Santos, quando Adílio marcou o terceiro de peixinho e meu pai levantou da cama onde assistíamos ao jogo, vestiu o manto sagrado e me chamou para abraçá-lo. Coisas assim não se esquece. Como não se esquece um time que ressurgiu da lama e, liderado por três gladiadores de boa cepa, Andrade, Adriano e Petkovic, conquistou o sexto título da nossa história. O primeiro sem meu pai. O primeiro com minha filha.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Analogia involuntária


Ontem assisti, no noticiário da Globonews, a uma reportagem sobre as vítimas da chuva em São Paulo. Gente muito pobre, que só tem uma escolha: aquele barraco sob o morro ou a rua. Enquanto acompanhava o trabalho de resgate dos corpos, li de relance os letterings na parte inferior do vídeo, que listavam as outras notícias do dia. Falavam dos desdobramentos do escarcéu envolvendo José Roberto Arruda e sua corja em Brasília. A princípio, imagem e texto pareciam assuntos estanques, desprovidos de qualquer conexão: um desmoronamento numa zona miserável da maior cidade do país e um escândalo numa zona riquíssima da capital desse mesmo país.

Mas depois me dei conta de que estava diante de uma analogia involuntária. Os dois episódios eram na verdade faces distintas de uma única desdita, uma como conseqüência da outra e vice-versa, por mais que seja difícil identificar semelhanças entre um canalha bem vestido com cara de bobo e um homem de roupas puídas que acaba de perder a família. Na minha cabeça, as imagens mostrando a tragédia e os letterings relatando o escândalo adquiriram a dimensão de um melancólico filme estrangeiro com legenda em português. Um traduzia perfeitamente o outro. O dinheiro que faltava ao catador de lixo para fugir daquele barraco e se instalar num lugar menos arriscado sobrava na meia do político abjeto. Tudo isso torna a analogia ainda mais perversa, mas é pouco para explicar por que, mesmo com imagens tão nítidas e legendas tão elucidativas se sucedendo à nossa frente, permanecemos impassíveis, incapazes de compreender o que se passa nesse filme de quinta categoria que não acaba nunca.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

365


No dia 4 de dezembro de 2008, escrevi um texto no qual refletia sobre uma era que se desintegrava. Lastimava o desinteresse do poder público e a indiferença da população baiana em relação ao espólio de Jorge Amado e Zélia Gattai, mais precisamente ao futuro da mítica Casa do Rio Vermelho. De um ano para cá, que eu saiba, nenhuma medida foi tomada para tombar a casa e transformá-la num museu. Afinal, Jorge, Zélia e tudo que eles significam para a cultura brasileira são parte de um tempo morto, sobre o qual quase ninguém se interessa.

Isso foi há exatamente um ano, quando esse texto, intitulado A Derrocada de uma Era, deu início a este blog, que chega enfim ao seu primeiro aniversário. De lá para cá foram 127 postagens, 2.264 visitas (muitas delas involuntárias, de pessoas que procuravam o que o blog não oferecia), 14 seguidores (sendo a metade formada por pessoas que não conheço e que não sei como chegaram ao blog) e o surgimento de um agradável canal de diálogo com amigos, conhecidos e gente que nunca vi na vida. Não sei, por exemplo, quem é o leitor de Mountain View, na Califórnia, que sempre visita o blog, assim como pessoas de vários cantos do Brasil que de vez em quando lembram que ele existe e postam seus comentários, como anônimos ou não. Nesses 365 dias, falei de cinema, livros, música, lembranças e episódios reais que insistem em me assombrar. E cada um desses textos contribuiu em maior ou menor medida para que compreendesse um pouco mais (embora muito menos do que gostaria) os mecanismos e engrenagens que movem este lado do paraíso, dividindo impressões com meus poucos e fiéis leitores. Isso posto, agora é esperar a noite para comemorar bebendo um Frontera e ouvindo um Miles. And that's all, folks.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Afeto tortuoso


Até que ponto nos desnudamos quando reproduzimos em palavras nossas experiências pessoais? Até onde se estende a realidade e se inicia a mistificação? Que fronteira jamais deve ser transposta? Sabemos que a sinceridade e a veracidade nem sempre são o forte dos textos memorialísticos, até porque selecionamos naturalmente certas passagens e deixamos outras no limbo, em muitos casos inconscientemente. Dito tudo isso, me impressionou a franqueza sem meio termo do francês Jean-Louis Fournier, um diretor de programas de TV que escreveu um livro – intitulado Aonde a Gente Vai, Papai? – sobre a relação com seus dois filhos, ambos deficientes mentais. Não li o livro, apenas trechos reproduzidos pelo repórter Geneton Moraes Neto em seu excelente blog. Mas foi o suficiente para me defrontar com sentimentos dilacerantes, que reviram pelo avesso noções preconcebidas de compaixão, amor paterno, abnegação e muitas outras questões essenciais para um pai. Pelo que li, Fournier sempre optara pelo silêncio quando o assunto eram os meninos Mathieu e Thomas, até resolver escrever o livro após a morte de um deles (ambos atingiram a idade adulta e o outro filho vive numa casa de repouso). Ao que parece, ele não respeitou fronteiras morais preestabelecidas ou se deixou guiar pelos limites da própria consciência. Foi fundo, talvez o mais fundo que pode ir um pai de filhos deficientes. Reproduzo a seguir alguns trechos, retirados do blog de Geneton, que também entrevistou Fournier:

“Quando estou sozinho no carro com Thomas e Mathieu, passam-me às vezes pela cabeça ideias estranhas. Penso que se sofresse um grave acidente de carro talvez fosse melhor. Estou ficando cada vez mais insuportável de conviver – e as crianças crescem e ficam cada vez mais difíceis. Então, fecho os olhos e acelero – mantendo-os fechados o maior tempo possível”.

“Queríamos poder tê-lo defendido da sorte que se havia agarrado a ele. O mais terrível é que não podíamos fazer nada. Não podíamos sequer consolá-lo, dizer-lhe que o amávamos assim como era – tinham-nos dito que ele era mudo. Quando penso que sou o autor dos dias dele, dos dias terríveis que ele passou na Terra, que fui eu quem o fez vir, tenho vontade de lhe pedir desculpas”.

“Aqueles que nunca tiveram medo de ter um filho que não fosse normal que levantem a mão. Ninguém levantou. Todo mundo pensa nisso como pensa num terremoto, como pensa no fim do mundo – algo que só acontece uma vez. Eu tive dois fins do mundo”.

“Não tive sorte. Joguei na loteria genética, perdi”.

São palavras duras, as de Fournier. Mas nem por isso despidas de afeto, por mais tortuosa que seja a manifestação desse afeto. Quem poderia julgá-lo? Julgar seus atos, sua franqueza, sua frieza? Não tenho um filho com doença mental. Imagino que deva ser um fardo, ainda que seja possível carregá-lo. Fournier apenas nos desvela as dimensões, o peso e a textura desse fardo, assim como faz Cristóvão Tezza em outro livro pungente, O Filho Eterno, que reconstitui com elementos de ficção a relação com o filho portador de Síndrome de Down. Mas me parece, pelo menos a princípio (já que não li o livro de Fournier), que nem Tezza foi tão fundo, mesmo porque há uma grande ternura nos momentos finais do seu romance, os dois, pai e filho, no estádio torcendo pelo Atlético Paranaense. De qualquer modo, em ambos os casos vemos pais lutando para reprimir a amargura, mitigar o desalento, encontrar atenuantes que tornem suportável o ato de continuar vivendo. Ter um filho doente é como sofrer uma perda ao contrário, uma espécie de morte invertida. Afinal você não perde alguém, e sim ganha alguém, só que esse alguém é indesejado. Por mais que rumine sobre tudo isso, permaneço num estado de pasmo, de letargia, como se fosse impossível – e realmente é – apreender em sua totalidade os sentimentos envolvidos em histórias de vida tão dolorosas.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O princípio do fim


Lembro da primeira vez que li sobre a existência da aids, quando ela nem tinha esse nome. Era só o “câncer gay”, conforme reportagem da revista Planeta, que nem sei se ainda é publicada. Estávamos em 1983, e a matéria relatava o pânico que atingira a comunidade gay de São Francisco após dezenas de mortes misteriosas, retratadas posteriormente no filme Meu Querido Companheiro, um trabalho sensível do diretor Norman René. Há outro filme sobre o tema, chamado E a Vida Continua, comentado por um amigo no seu blog (http://verbotransitivo.blogspot.com), mas este eu não vi.

De qualquer modo, o comentário me fez recordar esses primeiros anos da doença, que coincidiram com meus primeiros anos de adolescência e vida sexual. Uma época em que a aids era pouco mais que uma peste de gueto, rodeada de preconceito e com origem nebulosa (teorias conspiratórias diziam até que se tratava de um vírus de laboratório concebido como arma biológica pelos americanos). Era, enfim, algo muito distante da nossa realidade, tanto que virou até mote para uma canção de Léo Jaime, de humor desastroso, com um refrão ridículo (“aids, não tente colocar band-aids”). Claro que a gente não se dava conta disso, mas naquele momento quase todas as conquistas da revolução sexual dos anos 60 – o sexo casual, a permissividade paterna, a promiscuidade sem culpa – estavam prestes a passar por um período de intenso refluxo, substituídas pelo pavor de se contrair uma doença sem cura e com altíssimo grau de letalidade.

Os anos passaram e vimos cantores, atores, artistas plásticos, estilistas e muita gente comum sucumbirem à aids, muitos deles gays, embora não todos, o que deixava claro que não se tratava mais de um problema “deles”. Cazuza agonizava em praça pública, como estampou a polêmica capa da Veja em 1989. Betinho e Henfil, heterossexuais, mas hemofílicos, contraíram a doença via transfusão de sangue, causando uma comoção no país. Passamos a conhecer pessoalmente portadores do vírus, muitos deles sobreviventes do período mais duro e sombrio da doença, e a camisinha se tornou item obrigatório (bem, nem tanto) na hora de se aventurar na noite. Enfim, saímos de uma ditadura política e entramos numa ditadura comportamental. Terreno fértil para o puritanismo fatalista, pois havia algo de bíblico, talvez uma punição divina, numa doença que atingia os degenerados e pervertidos, incapazes de manter uma relação monogâmica ou praticar sexo apenas para procriação. Monogamia? Procriação? Lembro agora de outro filme, Kids, tristemente premonitório do trinômio sexo, drogas e tédio na adolescência contemporânea, no qual a garota quase virgem se descobria portadora do vírus e, como num efeito dominó, passava-o para frente mesmo que de maneira involuntária. Era o princípio do fim, que chegava cedo demais.


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E na África, onde teoricamente o vírus foi gerado, a aids se alastrou de tal forma que hoje é quase um desastre natural, um tsunami que arrasta milhões de pessoas, muitas delas crianças, sem atendimento adequado, coquetel de medicamentos ou qualquer ajuda formal dos arremedos de governo. Lá, a aids está longe de ser uma doença crônica, mas não necessariamente letal. É como a fome ou a barbárie, arrebata e destrói o que aparece pela frente.