sábado, 25 de dezembro de 2010

2011


Sinto falta dos finais de tarde de minha juventude. De parar para ver o sol morrer no mar e continuar lá muito tempo depois, conversando ou contemplando. Sinto falta das noites de minha juventude. De parar para ver a lua nascer no mar e continuar lá muito tempo depois, conversando ou contemplando. A violência mudou nossos hábitos, e hoje é raro eu ficar na praia nas horas que mais aprecio, quando o sol se retira e a lua toma o seu lugar. Uma pena. Gostaria de passar mais tardes assim, livre das paredes e cortinas de um prédio empresarial ou mesmo das paredes e cortinas da minha casa. De caminhar descalço na areia com minha família, com uma sensação íntima e muda de felicidade, como às vezes faço quando deixamos Salvador e nos hospedamos numa praia distante. Talvez por isso, gostaria que 2011 me trouxesse, além dos votos de praxe – paz, felicidade, saúde, prosperidade –, um pouco mais de finais de tarde. De ver mais vezes o sol morrendo e a lua nascendo em frente ao mar. Um desejo prosaico, sem dúvida, mas talvez as melhores coisas da vida sejam mesmo as mais prosaicas.

6 comentários:

karla disse...

E são mesmo.....essas são as melhores coisas da vida - as coisas simples.....e para isso devemos viver.....Beijos,

Paulo Sales disse...

É verdade, Karla. Mas às vezes é tão difícil optar pelo simples...
bjs

Nina disse...

(Estava, hoje ainda, pensando nisso, na saudade que tenho dos dias sem fim passados na praia,quando era mais nova, e o verão durava para sempre...
Estou tão longe do mar, e tão distante do que fui.)

Que seu desejo se realize!

Beijo

Paulo Sales disse...

O tempo tira muitas coisas da gente, Nina (embora dê também). Mas cabe a nós reaver o que perdemos, por mais difícil que seja.
Que os seus desejos se realizem também.
Um beijo.

Ricardo Ballarine disse...

Pois é, cara, lembro de dias na praia que só terminavam às 21h, sem pressa, sem receios. Era tão especial naquela época, algo tão simples, mas que se transformou em desafio. Talvez seja a hora de começar a ver o sol nascer... Bom ano para você e sua família.

Paulo Sales disse...

Pois é, e cada vez mais me incomoda essa sensação de que não podemos aproveitar esses momentos. Mas pretendo mudar isso e tratar de aproveitar o que a vida tem de melhor.
Feliz ano novo pra você também, meu velho. E quem sabe a gente não toma um vinho em alguma cidade dessas.
Grande abraço.