domingo, 14 de dezembro de 2008

O mundo num vagão


Para quem gosta de livros que nos fazem viajar, vale a pena ler O grande bazar ferroviário, de Paul Theroux, um clássico do gênero escrito e publicado nos anos 70 e que só há poucos anos ganhou tradução no Brasil. Foi um dos melhores livros que li recentemente. Norte-americano fascinado por trens, Theroux parte da Inglaterra e vai até o Extremo Oriente enfrentando todo tipo de vagões e conhecendo a essência do ser humano em lugares como Turquia, Irã, Vietnã (quando ele esteve lá o país ainda estava destroçado pela guerra com os EUA e mesmo assim o achou lindo), Índia, Paquistão, Nepal e muitos outros países exóticos aos nossos olhos ocidentais. Humanista e aberto ao novo, Theroux descortina essas nações para nós com uma prosa vigorosa, atulhada de ironia, compaixão e humor. Com exceção da parte final, na qual a volta ao velho mundo, pelas estepes desoladas da Rússia no Expresso Transiberiano, é descrita com um torpor e um cansaço que só quem já passou muito tempo longe de casa sabe como podem ser dolorosos. Depois do Grande Bazar, aumentou meu desejo de um dia me aventurar pela Ásia remota. Mesmo sabendo que viajar, nos dias de hoje, se tornou excessivamente dispendioso, e que os países asiáticos andam cada vez mais insanos e propensos ao belicismo gratuito.

Um comentário:

::Soda Cáustica:: disse...

me deu vontadede ler Paulinho da Bahia... tem um de monteiro lobto que estou louca para ler e só ouvi falar bem, tudo a ver com essa fase Obama : " o presidente negro". Acho que é da fase eugenista dele. Engraçado que qdo a gente ouve falar de Lobato só lembra do sítio, mas tem outras coisas legais.
Bom, nada a ver com trens e vaigens, mas fica a indicação.